Bancada da Educação e Fundação Itaú se unem na defesa da permanência escolarr

Estudo revela que apenas 52% dos estudantes nascidos entre 2000 e 2005 conseguiram concluir o Ensino Fundamental na idade certa

A Frente Parlamentar Mista da Educação (FPME) promoveu nesta quarta-feira (20), em parceria com a Fundação Itaú, o Ato em Defesa da Permanência Escolar: Indicador de Trajetórias na Educação Básica. O evento contou com a participação de parlamentares e especialistas, que debateram o impacto da educação sob o enfoque das trajetórias interrompidas e da garantia do direito à educação.

Durante o evento, foi apresentado o estudo inédito “Indicador de Regularidade de Trajetórias Educacionais”, organizado pela Fundação Itaú. Os dados apontam que no Brasil apenas 52% dos estudantes nascidos entre 2000 e 2005, que atualmente têm entre 19 e 24 anos, conseguiram concluir o Ensino Fundamental na idade certa e 41% deles finalizaram o Ensino Médio no período esperado. Isso significa dizer que quase metade de crianças e jovens que hoje estão nessa faixa etária não concluíram os estudos com trajetória regular, tendo passado, ao longo do ciclo, por intercorrências como abandono, evasão ou reprovação.

“O índice lança um alerta para que a gente pense e debata sobre políticas públicas que mudem a realidade que o estudo mostrou. Nós da Bancada da Educação, temos que trabalhar com ações efetivas de combate à evasão escolar”, disse Rafael Brito (MDB-AL), presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação. O deputado ainda ressaltou a importância de programas de governo, como o Pé-de-Meia, que atuam como um guarda-chuva de ações para dar suporte focando na permanência escolar. O programa é um incentivo financeiro-educacional, pago na modalidade de poupança, aos estudantes matriculados no ensino médio público. Nesta quarta-feira (20), o governo liberou a consulta para alunos verificarem se foram contemplados pelo Pé-de-Meia.

O estudo foi construído a partir de dados do Banco Longitudinal do Censo Escolar, permitindo analisar a população nascida entre 2000 e 2005, acompanhada no intervalo de 2007 a 2019. Essa proposta de análise é uma possibilidade de apresentar o conjunto das trajetórias ao longo de toda a vida escolar do estudante, indo além do diagnóstico do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que retrata o cenário a cada dois anos, ou mesmo do Censo Escolar, realizado anualmente.

“Quando adotamos indicadores podemos adotar políticas públicas para combater desigualdade social e manter o estudante nas escolas. Devemos combater desigualdade para incluir minorias e mudar a realidade da educação do País”, ressaltou o deputado Reginaldo Veras (PV-DF), coordenador da Comissão de Recuperação das Aprendizagens da FPME, à frente da realização do evento.

Estiveram presentes no evento o deputado Pedro Campos e as deputadas Tabata Amaral, Professora Goreth, Socorro Neri e Professora Luciene, além do presidente da Fundação Itaú, Eduardo Saron.

Na mesa de debate, participaram também a superintendente do Itaú Social, Patrícia Motta; Maria Teresa Alves, diretora de Estudos Educacionais do Inep; Mônica Pinto, chefe de Educação do Unicef; e o secretário Maurício Holanda, da Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino do Ministério da Educação (SASE/MEC).