Parlamentares da Frente da Educação se mobilizam para investigar gabinete paralelo no MEC

Pedidos de CPMI, convocação do ministro Milton Ribeiro para esclarecimento na Câmara, investigação da PGR e do MPF são algumas das ações 

Após áudios divulgados pela Folha de São Paulo, ontem (21), do ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmando que priorizava a destinação de verbas às prefeituras indicadas por pessoas que não fazem parte do Ministério da Educação (MEC), a pedido do presidente da República, Jair Bolsonaro, deputados e senadores da Frente Parlamentar Mista da Educação (FPME) estão realizando várias ações a fim de apurar essas denúncias que podem configurar crimes de improbidade administrativa e responsabilidade.

O presidente da Frente, deputado Professor Israel Batista (PV-DF), protocolou o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os possíveis crimes praticados pelo ministro e pelo chefe do Executivo. 

“Os áudios do ministro Ribeiro são gravíssimos. Mostram o aparelhamento do Ministério da Educação para fins políticos. É urgente uma investigação aprofundada sobre o gabinete paralelo instalado no MEC. Por isso, entramos com o pedido de CPMI para que ambas as Casas possam fazer uma apuração dos atos realizados na pasta”, afirma o presidente da FPME.

A deputada Tábata Amaral (PSB-SP), o deputado Felipe Rigoni (União-ES) e o senador Alessandro Vieira (CIDADANIA-SE) entraram com uma representação junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a conduta de Ribeiro. “São escandalosos os áudios em que o próprio ministro mostra que o objetivo dele nunca foi a educação. Vamos cobrar providências do procurador-geral”, declara a parlamentar. 

Além de entrar com pedido na PGR, Vieira vai acionar o Ministério Público Federal (MPF). “Não podemos tratar como ‘novo normal’ absurdos e/ou cometimento de crimes. Ainda hoje [22], vamos cobrar providências do procurador-geral contra o ministro da Educação, por possível improbidade administrativa, e investigações do MPF sobre o gabinete paralelo da Educação, por tráfico de influência”, detalha Vieira.

Já o deputado Felipe Mitraud (NOVO-SP) vai entrar com um pedido de convocação do chefe da pasta. “O áudio do ministro da Educação é gravíssimo e reforça suspeita de que dinheiro público é usado para beneficiar aliados do governo. Estamos protocolando, hoje [22] mesmo, a convocação do ministro ao Plenário da Câmara para prestar esclarecimentos, além de outras medidas em avaliação”, explica Mitraud. 

O presidente da FPME também protocolou, nesta terça-feira (22), requerimentos de pedidos de informação ao MEC para que explique as denúncias. O Ministério terá que responder em até 30 dias.

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